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Tarifas de Trump Podem Matar Afogada uma Gigante da Água de Coco

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Quando se trata de vender água de coco para os obcecados por saúde, a Vita Coco de Nova York deu uma aula magistral, superando até rivais gigantes como a Coca-Cola e a Pepsi. Agora, seu próximo teste será resistir aos choques tarifários de Donald Trump.

O que faz uma empresa quando 96% de sua receita vem da água de coco e 100% de seu suprimento vem de países tropicais que foram alvo de tarifas altas impostas pelo presidente do seu país?

Esta é exatamente a situação enfrentada por uma das empresas de menor capitalização, entre as mais quentes dos EUA nos dias atuais: a Vita-Coco de Nova York, com receita de US$ 516 milhões (R$ 2,8 bilhões na cotação atual), a maior processadora de água de coco.

Sua maior fonte de cocos até agora tem sido o Brasil, um país que agora está diretamente na mira de uma tarifa proposta de 50% pela administração Trump. Suas outras seis fontes de cocos não são muito melhores: Filipinas (tarifa de 19%), Malásia (25%), Vietnã (32%), Indonésia (32%), Tailândia (36%) e Sri Lanka (46%).

Ainda assim, não se diria que a Vita Coco enfrenta um pesadelo tarifário de Trump, dado o tom otimista da empresa, ou mesmo o desempenho de suas ações. Os papéis subiram quase 32% nos últimos 12 meses, superando muitos nomes mais conhecidos do setor de bens de consumo. Mesmo com a ação em queda de cerca de 5% no acumulado do ano, enquanto o mercado mais amplo se recupera, Wall Street está ignorando a inevitável pressão de preços da Vita Coco.

“O Brasil realmente não é um problema para nós”, insiste o cofundador e presidente executivo Michael Kirban.

“Começamos a trabalhar na realocação de nosso fornecimento do Brasil, que historicamente ia para os Estados Unidos, para abastecer a Europa e o Canadá, há várias semanas”, afirma o executivo. A principal fonte de abastecimento da Europa, por sua vez – Filipinas, Sri Lanka e Malásia – agora será redirecionada para os EUA. “Isso é algo que podemos executar rapidamente”, argumenta Kirban, aparentemente sem se preocupar com as tarifas altas nos países alternativos de origem.

“Com a redução das taxas de frete marítimo e os aumentos de preços que aplicamos no início deste ano para mitigar as tarifas iniciais de 10%, acreditamos que estamos em uma boa posição.” O cofundador Kirban afirma que não espera repassar novos aumentos de preços nos próximos meses, mas isso pode ser um pensamento otimista demais se Trump não recuar em suas tarifas severas contra os países tropicais.

Aqui está o que disse o CEO da Vita Coco, Martin Roper, na teleconferência de resultados do segundo trimestre realizada algumas semanas atrás: “Nosso aumento planejado de preços nos EUA em maio para cobrir pressões inflacionárias de custo de mercadorias gerou um aumento de aproximadamente 7% nos varejistas de alimentos dos EUA, segundo a Circana, ao longo do trimestre.”

No entanto, o aumento de preços de maio não inclui outro reajuste recente implementado no trimestre atual, sobre o qual a administração da Vita Coco se recusa a fornecer detalhes à Forbes. Por ora, Wall Street está confiando na gestão da Vita Coco.

Ao trabalhar com sete dos maiores processadores da fruta no mundo, a Vita Coco atualmente controla cerca de 40% do mercado de água de coco dos EUA, bem à frente de concorrentes menores como Goya e Harmless Harvest. “A Coca-Cola tentou entrar nesse mercado comprando a Zico, e a Pepsi também fracassou”, afirma Larry Carlin, analista de ações da Conestoga Capital Advisors, empresa com US$ 8 bilhões em ativos, que tem esperança de que a forte posição da Vita Coco lhe dê mais flexibilidade diante das tarifas iminentes. “Eles desenvolveram uma cadeia de suprimentos com barreiras substanciais à entrada”, acrescenta Carlin.

Fundada por dois amigos em 2003 após um encontro casual em um bar em Manhattan, a Vita Coco obteve sucesso cedo em sua primeira década, em parte graças a investidores celebridades, incluindo Madonna, Demi Moore e Matthew McConaughey. No entanto, cerca de dez anos depois, vieram as dores do crescimento: margens estreitas, problemas de distribuição e um IPO turbulento em 2021 afastaram muitas instituições.

Mas nos últimos dois anos a empresa executou uma reviravolta disciplinada, ajustando sua cadeia de suprimentos após a pandemia de Covid. Também expandiu seu portfólio para incluir a bebida proteica PWR LIFT, a água Ever & Ever enlatada em alumínio e, mais recentemente, a linha de bebidas Vita Coco Treats à base de leite de coco.

Até o impacto das tarifas de Trump, a Vita Coco era a inveja do Russell 2000, figurando perto do topo do ranking das Melhores Pequenas Empresas da Forbes EUA em 2024. As ações subiram 133% desde o IPO e multiplicaram por cinco a partir da mínima em 2022.

Na teleconferência de resultados do segundo trimestre, realizada em 30 de julho, o CFO Corey Baker observou que a Vita Coco está buscando um pedido formal de isenção tarifária junto a autoridades comerciais dos EUA. Se isso não for concedido, a administração basicamente disse aos acionistas para se prepararem.

“Se a tarifa de 50% sobre o Brasil for implementada, precisaríamos repassar aumentos de preços”, disse Baker. “Mesmo em um cenário de pior caso, acreditamos que poderíamos repassar os preços, se necessário, mantendo a participação de mercado.”

Em Wall Street, seis dos dez analistas que acompanham a Vita Coco classificam a ação como “compra”, enquanto os outros quatro dão recomendação de “manutenção”, frequentemente interpretada pelos investidores como “venda”. Vendedores a descoberto começaram a cercar o papel.

Um relatório de 23 páginas publicado em março de 2025 pela NINGI Research, uma empresa de venda a descoberto com sede no Reino Unido, acusou a Vita Coco de vários problemas subjacentes, incluindo tentativas fracassadas de diversificação, falhas na cadeia de suprimentos e milhões em vendas de ações pelo CEO e por executivos.

O principal argumento da NINGI era de que a empresa era uma história de crescimento insustentável: “A Vita Coco não passa de um pônei de um truque só” e um “desastre operacional”, escreveu o relatório. As alegações mais impactantes foram de que a Vita Coco teria perdido seu grande contrato de marca própria com a Costco devido a problemas de gestão da cadeia de suprimentos, o que levaria a uma queda significativa na receita.

Embora a Vita Coco tenha refutado publicamente o relatório, afirmando que continha “imprecisões e deturpações”, declarações públicas subsequentes e resultados financeiros apoiam as alegações da NINGI sobre a perda do contrato com a Costco. O relatório de resultados do segundo trimestre de 2025 da empresa confirmou uma queda significativa de 36,5% nas vendas de marca própria. Além disso, a Costco agora aparentemente parou de vender Vita Coco e passou a estocar sua própria água de coco sob a marca própria Kirkland Signature.

Hoje, um pacote de 12 unidades da água de coco da Kirkland custa US$ 12,99, contra US$ 19,59 para um pacote de 12 da Vita Coco no Target. A Vita Coco também reconheceu publicamente que restrições de estoque em 2024 levaram a “níveis inaceitáveis de serviço em marca própria”. Apesar desses problemas, os defensores da Vita Coco sustentam que o negócio principal da marca de água de coco segue forte.

Sempre otimista, Kirban não se abala. “As vendas continuam indo muito bem. Então eu acho que os consumidores estão dispostos a pagar”, diz Kirban, referindo-se aos aumentos de preços relacionados às tarifas. “Este é um produto que vem de uma árvore. Não é criado em laboratório e contém três vezes e meia mais eletrólitos do que a principal bebida esportiva.”

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